*Por
Caroline Rodrigues Döerner
A comunicação está presente na vida do ser humano desde os
primórdios. Trocar informações, registrar fatos, expressar ideais e emoções são
fatores que contribuíram para a evolução humana. Dessa forma, com o
desenvolvimento das sociedades, o homem aprimorou sua capacidade de se
relacionar, sendo que conforme as necessidades surgiram, o indivíduo passou a
criar novas tecnologias e mecanismos para a comunicação. Podemos conceituar
tecnologia como “os conhecimentos que permitem fabricar objetos e
modificar o meio ambiente, com vista a satisfazer as necessidades humanas”.[i]
A comunicação é também a
responsável por grandes avanços. Por meio da troca de mensagens e consequente
troca de experiências, grandes descobertas foram feitas. A comunicação é algo
complexo, uma vez que existem várias formas de se comunicar. O escopo aqui é apontar
o quanto a troca de mensagens, a informação e o relacionamento social são instrumentos
para a evolução de novos conceitos, como por exemplo, a Coprodução e a Gestão
do Conhecimento, que promovem democratização nos relacionamentos entre pessoas.
A Tecnologia da Informação
(TI) teve uma grande evolução e, com a tendência do mundo moderno, inovações e
facilidades ainda serão aprimoradas. A Tecnologia da Informação tem um papel
significativo na criação desse ambiente colaborativo e, posteriormente, em uma
Gestão do Conhecimento. No entanto, é importante ressaltar que esta tecnologia
desempenha seu papel apenas promovendo a infraestrutura, posto que o trabalho
colaborativo e a gestão do conhecimento envolvem também aspectos sociais e
culturais.
Os avanços da tecnologia da informação têm contribuído para projetar a civilização em direção a uma sociedade do conhecimento.
Os avanços da tecnologia da informação têm contribuído para projetar a civilização em direção a uma sociedade do conhecimento.
Atualmente, o foco da
Tecnologia da Informação mudou, tanto que o termo TI passou a ser utilizado
como TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação. E, dentro desse conceito,
novas ideais como colaboração e gestão do conhecimento poderão ser edificadas,
porém, mais uma vez é importante enfatizar que nenhuma infraestrutura por si só
promoverá a colaboração entre as pessoas, essa atitude faz parte de uma cultura
que deverá ser disseminada por toda a sociedade. Podemos citar o exemplo do
aplicativo “Waze” em que milhões de
motoristas trabalham juntos em prol de objetivo comum: escapar do trânsito e
fazer com que todos utilizem a melhor rota, para ir e voltar do trabalho, todos
os dias, ou seja, a sociedade atua de forma coprodutiva em um problema público,
que é a mobilidade urbana, por meio da Tecnologia da Informação: “nada pode
superar as pessoas trabalhando juntas”.
As TICs se tornaram um
instrumento capaz de promover e difundir o exercício da cidadania e da
democracia em uma sociedade, tamanho seu alcance e influência. A transformação
de valores e modelos mentais com a conexão e articulação que as TICs propiciam
são impressionantes. A pressão política e a influência nas opiniões são ainda
mais fortes, visto que as informações que os cidadãos podem ter acesso estão
aumentando a passos largos. Alguns instrumentos como a Lei de Acesso a
Informação n° 12.527/2011, permite ao cidadão obter informações e
dados da gestão pública, favorecendo a Accountability na
Administração Pública.
Uma das experiências de
Tecnologia da Informação como instrumento de colaboração é a plataforma Cidade Democrática,
em que é possível o compartilhamento de questões públicas, criar e divulgar
propostas e problemas e iniciar uma conversa com outros atores sociais; receber
apoios para suas propostas e problemas; apontar e compartilhar questões
públicas; conhecer o cenário e ter acesso a informações sobre os temas e
localidades de interesse; reconhecer comunidades de colaboração e formar redes
de pessoas e entidades que atuam em certos temas e locais; apoiar propostas e
problemas apontados por outros usuários e entidades; fazer comentários e
perguntas de interesse público; criar o seu “observatório”
para seguir e participar de discussões sobre os assuntos e as localidades que
lhe interessam.
Quanto mais aumentarmos a
quantidade de cidadãos com acesso à informação pública e à política, automaticamente
aumentaremos a participação social, favorecendo o exercício da cidadania e da
democracia, bem como motivando o engajamento do cidadão, como nos exemplos de
coprodução, permitindo, assim, uma maior qualidade e diversidade dos bens
públicos.
*Caroline Rodrigues Döerner é
Contadora, Bacharel em Direito e Especialista em Auditoria e Perícia Contábil.
Atualmente é Finance Manager de multinacional japonesa na área de tecnologia,
Consultora Associada da empresa GDWill Consultores Associados e aluna especial
das disciplinas de Coprodução do Bem Público e Administração Pública, Estado e
Sociedade do Mestrado em Administração da ESAG-UDESC.
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