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Por Fabiano Raupp
Neste
blog já foram feitos vários comentários sobre matérias e reportagens
recentemente editadas sobre as possibilidades democráticas a partir das
tecnologias da informação e comunicação. Temas como transparência e prestação
de contas são discutidos em termos de evidências empíricas, com o objetivo de
mostrar o efetivo uso das tecnologias na construção dessas dimensões da accountability.
A
matéria publicada pelo Zero Hora,
em 18/05/2013, comentada por nós em 21/05/2013, foi atualizada com uma nova publicação, em 20/05/2013,
demonstrando como as Assembleias Legislativas Estaduais gastam seus recursos e
quanto custam os seus deputados.
“Calculado
a partir da divisão do orçamento pelo número de gabinetes parlamentares, o
custo por representante no parlamento gaúcho vem crescendo no Estado desde
2007. Se hoje o valor é de R$ 8,7 milhões, naquele ano, segundo um estudo da
ONG Transparência Brasil, não passava de R$ 5,6 milhões. O maior gasto por
parlamentar está na Câmara do Distrito Federal (R$ 16,1 milhões), mas,
proporcionalmente, quem paga a conta mais salgada para custear o Legislativo
são os moradores de Roraima. Lá, cada habitante desembolsará este ano seis
vezes mais do que os moradores do Rio Grande do Sul”.
No
entanto, a transparência ainda está longe de ser uma realidade. A matéria
veiculada pelo Diário Catarinense,
em 25/05/2013, indica que falta transparência a 30% das prefeituras de Santa
Catarina. O DC fez um levantamento, entre os dias 16 a 21 de maio, nos portais
das prefeituras dos 295 municípios catarinenses. “Neste
mês, completou também um ano a Lei de Acesso à
Informação, que impõe a todos os municípios com mais de 10 mil
habitantes a obrigatoriedade de portais. Em SC, são 123 municípios. Apenas 43
deles possuem portais de Acesso à Informação e instruções claras sobre como
acessar dados desejados”.
Para o DC, há “dados incompletos, atalhos que não funcionam,
balanços financeiros desatualizados e falta de um caminho simples para acesso
às informações. Quatro anos depois da criação da Lei da Transparência que
determina que, a partir deste domingo, todos os municípios catarinenses
publiquem suas movimentações financeiras na internet, 89 prefeituras ainda não
cumprem a legislação”.
De
qualquer forma, percebe-se um movimento de órgãos e entidades públicas no
sentido de atender à legislação, o que deve ser encarado como positivo. Contudo,
apesar de a “Sensação do momento” ser a Lei de Acesso à Informação, ressaltamos
que algumas das exigências desta Lei constam no texto da Lei de Responsabilidade Fiscal, de
2000, e da Lei da Transparência,
de 2009. Portanto, passados mais 12 anos, há exigências legais ainda sem
cumprimento por parte destes órgãos e entidades públicas.
* Professor Fabiano Maury Raupp é Doutor em Administração, professor e pesquisador do Departamento de Administração Empresarial (DAE) e do Mestrado Acadêmico em Administração do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas, Universidade do Estado de Santa Catarina (ESAG/UDESC).
* Professor Fabiano Maury Raupp é Doutor em Administração, professor e pesquisador do Departamento de Administração Empresarial (DAE) e do Mestrado Acadêmico em Administração do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas, Universidade do Estado de Santa Catarina (ESAG/UDESC).
Ótimo, Fabiano! Obrigada por contribuir com nosso Blog com dados e análises tão pertinentes ao que temos pesquisado e temos vivido na administração pública brasileira.
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