A INFORMAÇÃO MELHORA A VIDA NAS CIDADES?
Paula Chies Schommer
Professora de Administração Pública da Udesc Esag
O processo eleitoral é um momento rico para que cidadãos e políticos se
envolvam em um diálogo aberto, identificando tendências e desafios e
comprometendo-se a enfrentá-los. A informação pode contribuir para a política, a
cidadania e a gestão pública, de forma a melhorar a vida nas cidades.
Mas isso não é automático, depende da qualidade dessa informação e do
uso que se faz dela. O primeiro desafio é reunir dados fidedignos e variados, gerando
informação tecnicamente qualificada e politicamente sensível ao que é relevante
em cada contexto. Depois, transformá-los em indicadores e índices e torná-los disponíveis
a todos.
Isto já é um grande feito, mas não basta. Nem sempre o conhecimento sobre
um problema é considerado para resolvê-lo. A informação também pode ser usada para
confundir, manipular e controlar. Por isso, é crucial que seja empregada de
maneira democrática, contribuindo para um debate político fundamentado, para decisões
e ações efetivas e para uma cidadania vigilante e ativa. Há que conectar
informação, diálogo e ação.
Em Santa Catarina, temos iniciativas que buscam contribuir para isso. Uma
delas é o Sistema de Indicadores de
Desenvolvimento Municipal Sustentável – SIDEMS (indicadores.fecam.org.br),
trabalho de uma rede de organizações associativas, acadêmicas,
empresariais e públicas, lideradas pela Federação Catarinense de Municípios -
FECAM. A Rede SIDEMS disponibiliza os dados e a análise de cada um dos municípios
catarinenses, estimulando partidos e candidatos a considerar esta informação em
seus planos de governo e no diálogo com a população.
A nós, cidadãos, cabe usar o conhecimento para identificar tendências e
desafios; qualificar o diálogo envolvendo políticos, servidores e toda a
sociedade em uma conversa madura sobre nossas cidades; evitar expectativas irreais
e promessas impossíveis; participar da definição de metas razoáveis para o
curso de um mandato; monitorá-las ao longo do tempo e produzir novos dados para
aprimorar os planos e decisões cotidianas na gestão pública.
Aí sim, poderemos dizer que a informação melhora a vida em nossas cidades.
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